Viver na Lua(texto)

Era uma vez uma menina chamada Ana Bia, que por acaso sou eu! A Ana Bia vivia na Lua, e tinha muitos amigos, tais como: o Sol, os planetas, os cometas, as estrelas, e outros…
Apesar de Ana Bia ser o único ser humano na Lua, ela não se importava, porque estava sempre bem acompanhada por todos os seus amigos celestes.
Num dia muito bonito, ela saiu da sua casinha feita de queijo e foi ter com os seus amigos planetas que tinham combinado um “lanchinho”.
Quando chegou, viu que faltava alguém, o Plutão. Então perguntou:
- Mas…, mas…, onde está o Plutão?
-Ah, expulsámo-lo! - respondeu Marte.
- Mas porquê? - perguntou Ana Bia.
- Então, porque Plutão era um planeta muito pequeno, pelo que deixou de ser considerado planeta.
De repente, enquanto todos conversavam, apareceu uma coisa, uma coisa feia, um monstro de quatro cabeças, três olhos, seis braços, uma barriga e cinco pernas.
-Mas o que é aquilo? – Perguntaram todos.
-Eu sou o Plutão! Eu fiz isto a mim próprio porque vocês me excluíram do grupo dos planetas! – disse o monstro muito irado.
Sem mais demoras, Plutão com a sua força, mandou um raio tão poderoso para o céu, que fez com que todas as estrelas caíssem! Nesse momento todos ficaram em pânico, e não sabiam o que fazer! Foi então que Ana Bia ficou muito preocupada e decidiu falar com o Sr. Ramilua, que era um homem muito bondoso, e que também era o chefe de todos os habitantes da Lua. Quando Ana Bia chegou, Ramilua estava sentado na sua secretária, à frente da televisão a ver o que se estava a passar na Lua, incluindo o que aquele grupo de amigos acabara de presenciar.
Então Ana Bia chegou ao pé dele, e disse:
-Bonlua! – que era bom dia em lunês.
-Bonlua Ana Bia! Acho que vieste falar comigo sobre o que se anda a passar com o Plutão, certo? - perguntou Ramilua.
- É isso mesmo. Bem, o que achas que podemos fazer para resolver esta situação? - perguntou Ana Bia.
- Tens aqui algo muito difícil de resolver… Sabes? Não sei mesmo… – respondeu pensativo o chefe sentado no alto do seu trono.
Então, Ana Bia sem nenhuma resposta, foi-se embora. Quando saiu, nem queria acreditar no que via: as estrelas estavam em cima da Lua a pedir socorro. E perguntou:
- Mas, minhas queridas e amigas estrelas, o que se passa?
- O Plutão pendurou-nos aqui por cordéis! Tira-nos daqui! – disseram aflitas as estrelas.
- Mas como posso ajudar-vos? - perguntou a menina.
- Fala com ele, suplico-te Ana Bia!! – pediram as estrelas.
E lá foi Ana Bia, a pensar no que havia de fazer. Pelo caminho encontrou Plutão, e foi a correr para ao pé dele, gritando:
- Chega! Como é que tu podes ser assim? Não tens coração? Porque penduraste as nossas amigas estrelas, que são tão importantes? Queres matá-las? Já imaginaste um céu sem estrelas?
E antes de Plutão responder, uma estrela caiu para o chão estatelando-se. Com medo do que podia ter acontecido à estrelinha, foram todos a correr para ao pé dela, e repararam que ela não reagia, de maneira nenhuma, nem tinha mais luz própria! Ana Bia fez Plutão pensar sobre as consequências da morte de uma estrela como o Sol, tão importante para a vida na Terra. Dessa forma, muito assustados, telefonaram para uma nave socorro – LEM ( Lua Emergência Médica) para ir buscar a pequena estrelinha. Enquanto não vinha, Ana Bia fez Plutão pensar naquela maldade que tinha cometido, exigindo a Plutão que fosse ele mesmo a ir dar a noticia a toda a gente, incluindo ás outras estrelinhas.
Quando souberam o que se passava foram imediatamente para o Lunahospital. Quando chegaram as estrelinhas abriram a porta, mas a sua amiguinha estava deitada na maca a comer um mega gelado com sabor chocolunia.
Ao ver a sua amiga assim ferida, embora feliz, Plutão disse:
- Estou muito arrependido, como é que eu pude fazer isto? Sou um estúpido! Peço imensa desculpa! Não volto a fazer isto! Mas sabem, é que eu fiquei muito enervado com a expulsão! Não queria acreditar! Desculpem-me todos! – pediu Plutão.
E todos desculparam. Como Plutão foi tão sincero no que disse, os outros planetas, o Sol e os outros astros marcaram uma reunião e decidiram que Plutão podia ser o guarda-costas da Lua, e assim foi.
No dia seguinte, bem de manhãzinha, Plutão pôs-se ao trabalho muito feliz com a sua nova vida!
Duas horas depois apareceu à frente do portão da Lua uma nave espacial, de onde saíram seis seres verdes muito esquisitos, que traziam um frasco. De repente, começaram a roubar da Lua pó mágico, pó este, que era o que fazia a Lua brilhar à noite, existente na sua face visível na Terra pelos terrestres.
Muito nervoso e aflito, Plutão gritou bem alto:
- Socorro! Socorro! Estão a roubar o pó mágico da Lua, que reflecte a luz emitida pela estrela Sol! Ajudem-me!
No entanto, os seus amigos nunca mais vinham, e tanto tempo demoraram que os homens verdes tiveram tempo de roubar todo o pó que queriam e ir-se embora.
Ao chegar, Ana Bia, que ia quase caindo e disse:
- Mas o que se passa?
- Foram uns monstros verdes que vieram aqui numa nave espacial e roubaram o pó mágico da Lua, e assim ela já não pode reflectir a luz do Sol, e assim os terrestres jamais terão noites de Luar como antes! – disse Plutão a chorar.
-Bem, então temos de arranjar um plano para resolver esta situação! Isto não pode ser! - disse Júpiter.
E assim foi.
Todos os amigos celestes juntaram-se e foram para a lunabiblioteca pesquisar sobre aqueles monstros verdes. Quem seriam? Com esta pesquisa ficaram a saber que: os monstros verdes eram extraterrestres, adoravam comer salsichas, odiavam música e gostava de tanto de alimentos verdes que era isso que explicava a sua cor.
De posse destas informações, planearam que: como eles gostavam muito de salsichas, colocariam um prato de salsichas quentes à porta da Lua. E assim fizeram…
Sem demoras, os homens verdes, ou melhor os extraterrestres, pararam a sua viagem para regressar à Lua e ir buscar as salsichas. Foi então que Ana Bia pegou num saco gigante, ensacou os monstros verdes e fê-los devolver o pó mágico. E foi assim que a Lua recuperou todo o seu esplendor!
Mas quando Ana Bia ia tirar o saco de cima dos extraterrestres reparou num deles e foi amor à primeira vista. Os seus olhos eram azuis, usava uma camisola vermelha, uns calções azuis e umas sandálias castanhas. O extraterrestre e a Ana Bia ficaram cinco minutos a olhar um para o outro de olhos colados, até que tiveram de ir embora, desconsolados. No entanto, Ana Bia não parava de pensar no extraterrestre verde e foi falar com as suas amigas estrelas para pedir um conselho.
- Olá minhas queridas amigas. Vocês nem sabem o que me aconteceu hoje! Conheci um extraterrestre lindíssimo! Conseguem imaginar um E.T. bonito?
- Arg… Um extraterrestre? – disseram enojadas as estrelas.
- Sim, mas ele era tão lindo! Acho que estou apaixonada! E ele também! – exclamou Ana Bia.
- Ah, acredito! Então porque não vais falar com ele? – perguntaram as estrelas.
- Talvez! – disse Ana Bia pensativa e a magicar já um novo planeta.
Então lá foi ela pôr novamente salsichas à entrada da Lua. Esperou um pouco e lá vieram eles novamente.
Quando saíram todos os extraterrestres, Ana BIa virou-se para o seu amado e disse:
- Quero falar contigo, pode ser?
- Sim, claro. - Respondeu.
- Então como te chamas tu, que desde aquele dia em que te vi, nunca mais consegui deixar de pensar em ti?
- Filipeluna. E tu?
- Ana Bia. – respondeu!
-Bem, não sei como dizer isto… Vá, esquece…
-Não, espera Ana Bia – pediu o extraterrestre.
- O que eu queria dizer era…
- Que gostas de mim?
- Ai, sim! Pronto era isso! – confessou Ana Bia deitando uma lágrima pelo olho.
O monstro verde pousou a mão na sua cara e disse:
- Queres saber uma coisa? Eu também gosto! Desde o primeiro dia em que te vi, foste para mim uma salsicha a flutuar no meu coração!
E deram um grande beijo, um beijo tão belo que começou a chover pó mágico lunar! O seu amor era enorme, e acabaram por casar, e fazer uma grande festa!
Ana Bia foi convidar os habitantes da Lua para o seu casamento, e claro que não se esqueceu de Plutão. Filipeluna acabou por gostar de viver na Lua! Quem diria, uma humana e um extraterrestre, assim, tão felizes juntos!
E com esta história ficamos a saber que a vida na Lua não é assim tão diferente da nossa lá em baixo.

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